sexta-feira, maio 20, 2005

O efeito transformador de Deus

- Conhecê-lo
- Adorá-Lo
- Ouví-Lo
- Obedecê-Lo

condições básicas, preciso pensar melhor.
Acho que estou com crise de solidão, passei o dia todo querendo falar com alguém sobre a palavra, esperei em todo momento pela mensagem do Daniel. Demorou tanto. Não veio resposta. Liguei para o Fabio que me mandou ler Atos 27, não adianta estamos no barco e no meio da tempestade, não tem jeito. Tempos atrás Deus usou o Daniel para falar do barco e na mesma situação, só que ele não sabia.

Você já parou para pensar como é bom quando Deus levanta alguém que não tem a mínima idéia do que estamos passando e fala exatamente daquilo que está agoniando nossa alma? Nao sei se agoniando existe, mas é um termo bem próprio para a situação.

Hoje vou ter que ir sozinha para o culto de evangelismo no Morumbi, faz tanto tempo que sirvo a Deus, mas ainda sinto um frio na barriga quando tenho que trazer a palavra, ontem meu professor de teologia disse que isso é ótimo. Só se for prá ele. Não consigo nem respirar, fico com cólica de tanto medo de falar de mim mesma, leio a Bíblia e parece que fico cega, surda e muda e essa angustia vai até a hora de começar a falar, aí começa uma coisa que considero maravilhosa, parece que liga uma vitrolinha na minha cabeça e vem tudo. Deus vai emendando a palavra com o louvor da noite, com a oração, com tudo o que foi dito e parece que tudo fica repentinamente muito claro. Mas é só naquela hora, vem outra pregração e começa tudo de novo.
Você tem noção do que é isso? Esse mês não vou ter nenhum fim de semana livre, até aí só dou glória a Deus, porque fazer algo prá Ele é a coisa que me dá mais alegria, mas a agonia que vem junto...só ele prá me dar graça.
Deus tenha misericórdia da minha alma.
Hoje no caminho para o trabalho vim lendo "O Supremo Chamado de Deus" de Abe C. Van Der Puy e o que mais me chamou a atenção foi exatamente a questão da tomada de consciência do homem em relação à grandiosidade de Deus. Ele usa a mesma passagem, segundo o autor nós passamos por uma preparação para podermos servir ao Senhor e nesse processo o primeiro passo é conhecê-Lo, para tanto é preciso:

1) Melhor conhecimento da grandeza e cuidado amoroso de Deus - muitos cristãos tem medo do presente e do futuro, quando se encontram em uma situação crítica murmuram e procuram desesperadamente uma saída para o problema. Eles não têm um conceito adequado de Deus, se tivessem suas preocupações iriam diminuir ou até mesmo desaparecer.

2) Muitos de nós tem hábitos pecaminosos e encontramos diversas desculpas para praticá-los, culpamos as situações e pessoas ao nosso redor, dizemos que a tentação é mais forte do que nossa carne, mas a melhor maneira de nos livrarmos desses hábitos pecaminosos é tendo uma visão de Deus em sua Santidade. Não há melhor incentivo para repelirmos as coisas erradas do que o ser convencido de que Deus quer que sejamos santos, e como Ele é santo, nos dará forças para superarmos o mal.

3) Muitos têm dificuldade em resistir ao engano das atrações do mundo, ficam encantados com elas, até gostariam de agir de modo diferente, mas elas os empurram para outra direção. O motivo disso é que não temos uma visão clara da glória e da beleza de Deus.

4) Outras pessoas acham difícil dizer "sim" à vontade de Deus, somos enganados e levados a pensar que a vontade de Deus irá nos colocar em caminhos maçantes e sem alegria, então pensamos que temos o direito de escolher entre fazer e não fazer a vontade do Senhor e ao pensar assim fica óbvio que não fomos convencidos do senhorio do nosso Deus.

Veja bem, Isaías passou por isso quando viu o Senhor, ao ver sua glória teve consciência do seu pecado e caindo só pode bradar "Ai de mim", ninguém que conhece verdadeiramente a Deus não toma consciência de seu pecado, de sua condição humana.Conhecer a Deus é uma experiência transformadora, conscientizadora, porque ela faz com que vejamos quem somos verdadeiramente. Jó também desfrutou dessa experiência quando disse: antes te conhecia de ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem, por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza. Pedro quando voltou da pesca milagrosa prostrou-se aos pés de Jesus dizendo: Senhor retira-te de mim porque sou pecador. O apóstolo João na ilha de Patmos ao ver a glória de Deus disse: "Caí a seus pés como morto, mas ele pôs sua mão sobre mim e disse-me Não temas".

Quando conhecemos a Deus, quando o encontramos, cada um de uma forma, um nas drogas, outro na prostituição, outro nas desavenças da família, na fome, na angústia, todos passamos por esse processo de quebra, quebra do fascínio do mundo, dessa realidade virtual que o Daniel colocou, Deus nos dá consciência da nossa vida real e do quão passageira ela é e o mais importante nos dá consciência de nossa vida eterna, que pode ser ao lado Dele se quisermos.
Nunca é tarde demais para despertarmos, conheçamos e prossigamos em conhecê-Lo.

Consciência e Realidade - Daniel Dantas

Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
Lucas 5. 8.

Sujeito assujeitado é um termo de uma disciplina chamada Análise do Discurso, aparecendo também em outras perspectivas que fazem o estudo da Ideologia. Significa o indíviduo que, inconsciente de viver imerso em uma estrutura ideológica, torna-se inconsciente também de que sua fala e seu discurso não passam de meras reproduções de formações discursivas ideológicas. Mais que isso: sua própria forma de viver e ver o mundo é estruturada tendo por fundamento a ideologia na qual ele se insere. A pior parte de se ser um sujeito assujeitado é a ilusão que cria a ideologia de que aquilo que você diz é produção sua, quando, na verdade, você está “sendo falado” por outras vozes. Quer dizer, por mais que você ache que seu modo de ver o mundo e suas falas sejam originais [só você pensa como você], não deixam de ser aquilo que uma ideologia quer que você pense e fale. Você é apenas uma espécie de papagaio.
Todos nós somos assujeitados a alguma concepção ideológica. Porque todos nós vivemos em um mundo imerso em ideologias. A diferença que pode haver entre nós é o nível de consciência que teremos. Podemos ser mais ou menos conscientes da ideologia e do mundo em que vivemos. É aqui que reside a grande diferença: podemos ter consciência da nossa realidade. Ou não. Podemos sair do nível ingênuo, ou nos perpetuarmos no assujeitamento ideológico.
Mais uma vez vou pedir perdão por citar um filme. O 13º Andar é uma ficção científica de primeira que nos fala, entre muitas coisas, acerca da tomada de consciência a respeito da realidade. No início somos transportados para uma cidade americana dos anos 30 [Chicago, se não me engano]. Logo descobrimos que essa cidade não existe em mundo concreto. Ela é uma simulação de computador, inclusive seus habitantes. No entanto, uma interface permite que os cientistas entrem na simulação e interajam com os programas inteligentes. Aliás, esses programas são “avatares” [me permitam, pois é o termo usual] de personalidades do mundo concreto. Assim, quando fazem a interface, as pessoas assumem os papéis de seus avatares no mundo simulado.
Nenhum dos programas é consciente. Eles não têm nem consciência suficiente para se questionar porque seu mundo é tão pequeno: eles nunca saem da cidade porque o fim da cidade é o fim do seu mundo, literalmente. É onde acaba a simulação. Mas eles não sabem disso. Foram apenas programados assim. Tudo mudaria, se eles tomassem consciência desse fato. Eles vivem em um mundo limitado, inconscientemente.
O filme, a partir do assassinato de um dos cientistas do projeto, narra como se dá uma tomada de consciência a respeito do mundo real. E mostra que a profundidade de nossa percepção da realidade concreta é diretamente proporcional ao tamanho da consciência que nós temos de nós mesmos e deste mundo. Em outras palavras, o filme me inspira a entender que quando mais conscientes somos a nosso respeito e a respeito da realidade do mundo, mais conseguimos nos libertar do assujeitamento. Quando mais somos conscientes, mais entendemos o mundo, mais alargamos nossa visão da realidade. O tamanho da nossa realidade, ou sua profundidade, é diretamente proporcional à nossa consciência. A realidade, assim, se assemelharia às camadas de uma cebola. Quando mais profunda é nossa consciência, mais profunda se torna nossa percepção da realidade, como se passemos de uma camada exterior para uma mais profunda da cebola.
É claro que você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o texto de Lucas. O momento citado no capítulo 5 de Lucas é o momento que manifesta a tomada de consciência de Pedro. Ele se conscientiza acerca de quem ele é e de quem é Jesus. É o primeiro passo para largar o assujeitamento em que vive e passar a ver o mundo real de maneira mais profunda, a partir do ponto vista concedido por Deus. Após contemplar a maravilhosa pesca, fruto do milagre de Jesus, Pedro se toca que Aquele que está ali é puramente Santo e Todo-Poderoso. E, percebendo isso, percebe o seu próprio pecado e sua incapacidade em permanecer na presença dEle. É preciso fugir, já que Deus é santo e eu sou pecador.
Mas essa tomada de consciência, como dizia, é o primeiro passo para aprofundar nossa visão de mundo. A partir daí, podemos ir mais fundo. Podemos mergulhar em uma relação de cada vez mais intimidade com Deus e, a partir disso, mais conscientes de nós mesmos e do Senhor, podemos largar o assujeitamento. O mundo, que jaz no maligno, nos quer cegos e assujeitados. Podemos, no entanto, olhar para o mundo de outra forma. E isso acontece dentro de um processo de tomada de consciência, que nos mostra a realidade de maneira mais profunda. Além de vermos mais longe [o mundo não precisa ser limitado], vemos mais fundo. Vemos a realidade mais profunda de maneira mais absoluta. Vemos a totalidade, porque vemos do ponto de vista de Deus. Quando mais íntimos do Senhor nos colocamos, mais libertos de uma visão e consciência limitada de mundo estaremos. Mais libertos de uma consciência limitada acerca de nós mesmos. Mais experimentaremos a profundidade da realidade total em que nos encontramos. Descobriremos, assim, que existem mais mistérios entre os céus e a terra do que podem sonhar todos os filósofos, como diria Shakespeare.
Mergulhe de cabeça em uma relação de Deus. Quando mais próximo dEle, mais consciente de si e do mundo. Maior seu mundo, mais profunda sua visão. Maior sua percepção e experiência da realidade da vida. A intimidade do Senhor é o desejo que Ele tem para nossas próprias vidas. Porque Ele veio nos libertar, e se Ele nos libertar seremos verdadeiramente livres.

Daniel Dantas
Missionário da 1ª IPI do Natal
http://cavernadeadulao.blogspot.com

segunda-feira, maio 16, 2005

Ontem tive uma experiência assustadora, visitei uma igreja no Haiti e você sabe como é o Haiti, tudo podee acontecer. O detalhe é que a gente nunca espera que aconteça quando estamos por perto, mas deixa eu te contar uma coisa primeiro.

Uns anos atrás eu estava em um culto vespertino no ministério onde nasci e pude presenciar o que Deus pode fazer com alguém, em especial a irmã Antonia, estávamos lá de mãos dadas para a oração final, a irmã Antonia no centro, de repente o Senhor começou a revelar que ali havia um lar que o Senhor ia trabalhar e colocar uma pessoa no leito. A irmã que estava do meu lado perguntou "que lar?" Ela respondeu "o seu", meu coração gelou.
A Marlene questionou "mas porque Deus ia colocar alguém na cama?"
Ela respondeu: "por causa da rebeldia".
E aí minha irmã encompridou: "mas lá não tem ninguém assim.....quem pode ser?"
A irmã olhou-a e respondeu secamente: "Vai ver que é a irmã"
A outra, sem se tocar ainda retrucou: " E prá que?"
Aí meu coração estremeceu, nunca mais vi um rosto ficar como o daquela mulher, parecia desenho animado...foi empedrando, ficou dura como um diamante, olhou fixamente prá Marlene e disse num fio de voz...."para tirar a rapina do seu coração".
O silêncio era tão profundo que eu tive a impressão de que todos podiam ouvir meu coração bater. Era quinta feira, cinco e meia da tarde.
Segunda feira de manhã, a Marlene teve um derrame. A mulher conhecida na igreja por sua soberba e orgulho de ser um vaso de Deus, era uma criança e aí toda verdade veio à tona. O "vaso" subia monte e fazia campanha para derrubar seus irmãos.
O Senhor a colocou no leito uns três meses e purificada, Deus a levou.

Ontem no Haiti comecei a ver a mesma história, amanhã eu conto mais....
A solicitude pela vida não é privilégio de ninguém, todos passam por isso, sempre me impressiono com a fomede cada um, fome de beijo, fome de desejo, fome de paixão, fome de emprego, fome de dinheiro, fome de atenção....
São tantas as fomes que o homem tem, fome de paz, fome de algo que sacie sua alma, fome de um alimento que realmente só Jesus tem, como é estranho isso, como é estranho o quanto transferimos nossas verdadeiras necessidades para aquilo que é totalmente dispensável, você já pensou nisso?
Minha mãe era assim, quando ficava triste saía prá desfolhar a margarida, entenda por isso, as folhas do talão de cheque, cada lágrima virava um par de sapatos, nunca vi uma mulher com tantos sapatos prá tão poucos pés. Quando ficava com raiva esfregava o chão da cozinha, podia ser a hora que fosse,até de madugada, derramava ali pelo menos um litro de "cândida" e gastava uma vassoura de piaçava esfregando "a cara do mundo". Todo mundo tem uma fome, fome de algo que só Jesus tem. Fome de carinho, fome de abraço, essa a Esther sempre tem porque de vez em quando chega perto de mim faz bico e diz "mãe você pode me dar um abraço", são fomestão profundas, necessidades nossas que as vezes não temos nem coragem de dizer.
Por isso que Davi dizia, S"enhor tu me sondas e me conheces, sabes quando me assento e me levanto, de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos." Isso não é lindo? saber que Deus nos conhece tão profundamente e a todas as nossas necessidades, que derrama seu pensamento sobre nós a todo instante, que se alegra em nos ajudar e fazer maravilhas em nossa vida?
Com certeza esse Deus ama você e está lhe ensinando a lição mais dura para um crente, depender de Deus, depender e descansar, saber esperar no seu amor, confiar na sua graça abundante sabendo que não deixará lhe faltar nada, tendo certeza, convicção de que Ele não tarda, não falha, chega sempre na hora certa, se o inimigo estiver atrás de nós colocará uma muralha de fogo, se o mar estiver à nossa frente fará com que se abrá para passarmos a seco, se estivermos no deserto, mandará o maná e enquanto isso, trabalhará na nossa vida e tirará do nosso coração tudo o que não é seu, destruirá nossos falsos ídolos, jogará por terra as esperanças vãs, afastará os nossos olhos de contemplarem a vaidade do mundo, acrescentará temor ao nosso coração, de maneira que alcançaremos dias mais sábios e assim nos guiará mansamente às águas tranquilas e refrigerará a nossa alma.
Ele é o nosso pastor.
Deus te abençõe.
bjs
Lavi