quinta-feira, abril 14, 2005

"Uma coisa pedi ao Senhor e a buscarei e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo."
Salmo 27:4
Estou com tanta saudade.
Como no louvor do Diante do Trono:
Tenho saudades, saudade de ti, minha vontade é voltar atrás onde caí.
E recomeçar tudo de novo e nunca mais deixar meu coração se esfriar
Te quero, preciso do teu calor
Quero me apaixonar por ti outra vez Quero me entregar a ti, mais e mais, senhor Leva-me de volta ao meu primeiro amor Eu me arrependo Senhor, Eu me arrependo Senhor, Eu me arrependo Senhor
Uma vez eu fui convidada para ir em uma vigília no monte, fiquei a semana toda com aquela sensação duvidosa, vou ou não vou e no final das contas fui. Nos reunimos em um grupo enorme e seguimos para uma cidadezinha aqui perto de São Paulo, onde havia um sítio que havia sido consagrado a Deus com esse fim.
Quando chegamos ao pé do monte, fizemos uma roda e começamos a orar de mãos dadas, depois fizemos um bloco de moças seguido por um de rapazes, o pastor ia à frente orando e louvando. De tempos em tempos ele parava, todos dobravam os joelhos e oravam juntos, depois levantávamos e de braços dados íamos louvando, até chegarmos ao topo do monte. Nunca me esqueço dessa experiência, trilhar o caminho estreito, cercado de pinheiros, no meio da madrugada, a noite bem escura, o coração saindo pela boca, respiração acelerada, como jovem apaixonada quando vai se encontrar com seu namorado.
Era exatamente assim que me sentia. Havia uma expectação tão grande, de que lá no alto do monte eu iria vê-lo, iria encontrá-lo, iria abraçá-lo, sentar ao seu lado e conversar a noite toda. Quando chegamos lá no alto, de mãos dadas fizemos um círculo e levantamos um clamor para que Ele permanecesse ali conosco e em seguida aquele pastor velhinho disse: agora cada um fique a vontade, busque, encha-se do poder e da graça de Deus, e os irmãos se espalharam.
Eu ouvia suas vozes, algumas altas, outras apenas sussurros, algumas como que em batalha, outras quase como lamento e fiquei ali muda sem dizer absolutamente nada.
Foi quando senti como que uma dor explodindo meu peito, caí de joelhos e chorei, chorei de saudade, saudade de Deus, saudade da sua intimidade, do seu abraço, do seu aconchego. Poucas vezes na minha vida tive essa sensação literal, de filha que cai no colo de seu pai, tudo o que eu queria era estar em seus braços e foi assim que fiquei, chorando, um misto de alegria, de gratidão, de amor por sentir tão fortemente sua presença.
Nada, nada nesse mundo se compara a isso, à graça de estar em Sua presença, de ouvi-lo, de buscá-lo, de adorá-Lo, de servi-Lo. Nada.
Portanto: buscai a Deus e vivei.
"Vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil."
(Salmo 84:10)

Lendo seu texto, o Senhor me lembrou de uma historinha que conto sempre para as crianças para que possam compreender com mais clareza o que significa a graça, o amor e o recomeçar uma vida com Cristo, creio que vc vai entender.
Numa escola um professor aplicava uma prova de matemática, os alunos já acostumados com a doutrina rígida do colégio sabiam que quando o sinal tocasse os lápis deviam cair de suas mãos imediatamente e nenhuma letra seria considerada após isso. Era o exame final. Os garotos realizavam os cálculos o mais rapidamente possível, enquanto o mestre caminhava entre as fileiras das cadeiras. Um a um, os alunos foram entregando as provas, enquanto verificava o desempenho dos alunos, um em especial chamou-lhe a atenção, sua página estava completamente repleta de riscos, contas, partes apagadas, mas o garoto aplicava-se da melhor forma e faltando poucos minutos para o sinal ser tocado, levantou a mão e pediu: Professor, o senhor pode me dar outra folha em branco? O professor perguntou-lhe o motivo e ele lhe respondeu: Preciso passar tudo a limpo, está tão confuso que ninguém vai entender o que eu fiz. O professor olhou para o relógio e alertou-o: Não vai dar tempo, faltam poucos minutos. E o menino lhe respondeu: Preciso tentar, não posso entregar assim.
O professor deu-lhe a folha e o Senhor falou-lhe ao coração: Não é assim também comigo meu servo? Quantos olham para suas vidas e vêem apenas uma grande confusão, um emaranhado de atitudes sem sentido que lhes levou a caminhos que se arrependeram depois e que no fundo de suas almas desejariam esquecer, tantas coisas que foram iniciadas, não terminadas e percebem que o tempo está acabando, mas não têm a coragem de enfrentar o desconhecido comigo, não entendem a minha graça, não percebem que ao Me aceitar, estão tendo a oportunidade de passar a limpo as suas vidas. Veja o esforço dessa criança, sua ousadia....seu coração bate rápido, ele sabe o risco que corre, de perder tudo, mas não quer perder a chance, porque sabe que pode ser a única, assim como foi para ti, tua única chance e à qual te agarraste tão firmemente.
O sinal tocou, o garoto soltou o lápis olhando orgulhoso para o professor, quando ele se aproximou viu que a prova estava incompleta, mas o menino radiante e sem compreender falou-lhe: Mas você não completou tudo. Ele lhe respondeu feliz: Mas o que está aí está certo! Aquele professor levou o rascunho também para a avaliação para não se esquecer que aquele garoto era especial. Ele era grato. Grato pela oportunidade. Essa oportunidade que Cristo deu prá mim e prá você, de passarmos a limpo nossa vida, de termos a emoção de descobrir um velho mundo sob um novo prisma. O prisma do amor de Deus. Que grande e profundo é esse amor, que não conhece barreiras, limites, que realmente excede todo nosso entendimento. Que vê o nosso esforço e leva em conta o nosso rascunho, que enxerga as feridas da nossa alma, o inacabado, o abandonado, o mal feito e ainda assim, ainda assim estende sua mão poderosa e segura fime o nosso lápis para que não caia se nossas forças não forem suficientes, ainda assim retarda o sinal para que tenhamos tempo de completar a lição, não apenas executá-la, mas aprendê-la para poder ensinar mais tarde a outros.