quinta-feira, julho 27, 2006

Nada é de graça nessa vida...

Sábado passado fui convidada para um churrasco na casa de uma irmã. Gente, faz um tempão que não vou a nenhum churrasco e é normal todos, nessas situações, achar o máximo, mas não aconteceu comigo.

Primeiro porque era o dia do show do Kirk Franklin e eu já tinha comprado os ingressos para mim e para a minha filha que adora “black”. Seria o primeiro grande show dela e com isso havia toda uma ansiedade em torno do evento, mas a gente já sabe: quando Deus quer fazer alguma coisa, cancela até show e foi o que Ele fez: o show foi cancelado sem data marcada.

Imagine o nosso humor! Começamos a tomar o formato de limão siciliano: casca grossa, enrugada e com pouco caldo, não dava pra falar nada que tudo ficava do avesso. Foi quando meu esposo resolveu que ia para o tal do churrasco. Fiquei brava! Minha filha atrasou, resolveu que queria ir para um culto que era literalmente no fim do mundo, emburrou quando disse que não dava tempo e fomos todos para a casa da irmãzinha.

Essa foi a parte legal da história, chegamos lá e adivinhe, quando perguntei se ela precisava de ajuda a resposta veio rápida: "é claro que eu quero que você me ajude!" Até aí tudo muito normal, afinal de contas todo mundo sempre dá uma mão. Fomos para a cozinha e aí ela abriu a geladeira e tirou uma tigela enorme com um saco plástico cheio de carne e disse: "precisa limpar, cortar e temperar". Minha resposta: "que legal!" Vocês não tem noção do que seja isso, primeiro, não sei reconhecer carne, segundo, a faca estava cega. O Carlos Alberto (meu marido) virou para a parede para rir e aí, irmãos, eu relaxei e comecei a rir também. Ela, sem entender nada, me perguntou: "o que foi?", resposta: "nada é de graça nessa vida!"
No final das contas, a gente riu tanto preparando carne, lavando frango, bisteca, fazendo vinagrete, comendo lá pelas 11 da noite, ouvindo louvor e falando abobrinha, contando os causos dos crentes que eu vi que nada é de graça mesmo e esse era o meu preço, o preço que eu tinha que pagar, deixando de fazer a minha vontade para viver em comunhão verdadeira com meus irmãos.
Ficou óbvio que, se eu tivesse ficado em casa com complexo de limão, eu teria perdido; e a Esther também. Tinham tantas meninas que ficaram deitadas na cama, rindo e fazendo confissões que só se fazem aos 14 anos... Os meninos brincando e pegando todos os vestígios de carne antes de todo mundo. Os maridos, namorados e irmãos rindo dos pratos uns dos outros, as mães trocando idéias e todo mundo falando ao mesmo tempo sobre a obra, sobre sonhos, sobre o operar de Deus. Que preço bom esse que eu paguei, você não acha?

Vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Isaías 55:1).

Bjs
Lavínia
27/07/2006