sexta-feira, abril 22, 2005

10 a zero prá esse micro. Duas horas tentando publicar um negócio e nada.
Hoje não é o dia.
"O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto."
Salmos 85:12
Ontem colhemos nossa primeira abóbora. E detalhe com mais ou menos 6,5 kg, um orgulho. As crianças, o Carlos Alberto e eu ficamos todos radiantes como criança quando ganha um doce e ela ainda nem virou doce, mas logo, logo estará no fogo com açúcar e com côco, para deleite nosso. Mas é verdade, esclarecendo, nós temos um pequeno quintal que nunca deu nada, exatamente isso: nada. Tentamos de tudo, de flores e hortas, infinitas hortas que nunca davam certo e ficávamos pensando o que há de errado? Meu marido limpava o terreno, comprava sementes, aguava todos os dias bonitinho e ficávamos na janela secando a terra com os olhos esperando as pequenas folhinhas aparecerem. Você já notou quanto tempo leva para uma semente sair da terra? Pelo amor de Deus, muito tempo. 45 dias para aparecer a mais minúscula das folhas! E ficávamos lá esperando que surgissem alfaces, almerões, salsinhas e cebolinhas e nada!

Começamos a ficar tremendamente encafifados, a janela do escritório do Carlos Alberto dá vista para essa "plantação" e um dia trabalhando ele escutou um barulhinho e descobriu que tínhamos o maior restaurante de pardais ao ar livre. E grátis. Eles vinham e comiam todos os brotinhos, se regalavam como nós queríamos nos regalar quando chegássemos a colher as verduras. Nunca vi um marido tão bravo. Desistiu da horta, resolveu fazer adubo natural, deu tão certo que nunca vi tanto mato. Mas mato dá um trabalho enorme e não retribui em nada, desse modo desistiu do adubo natural e aí resolveu tentar de novo, mas nada de sementes, iria comprar mudas, mudas de verduras é óbvio. Eu ainda esperava a oportunidade de plantar flores, mas sempre perdi para a horta. Ele comprou as mudinhas, colocou-as numa caixa de papelão com terra e elas começaram a crescer, espantava agora os vorazes pardais e elas cresceram e vimos o primeiro pé de almeirão. Que sucesso! Ele colheu as folhas,lavou e colocou na gaiola dos canários. Só trocamos o tipo de pássaros comedores de almeirão.

Todos felizes comendo almeirão, colhendo salsinhas e fazendo saladas, fomos percebendo uma nova vegetação e não conhecíamos a folhagem, muito bonita por sinal, meu marido sacramentou: melancia. Que legal. Em casa todo mundo gosta de melancia. Na época do adubo natural ele enterrava de tudo no quintal, picava, afofava e esperava a fermentação, lembra do mato? Aí aquela vegetação foi crescendo e espalhando, as crianças desarvoradas esperavam a primeira melancia aparecer e nada! Foi aí que tivemos a brilhante idéia de pesquisar na internet, afinal de contas, lavrador de cidade é um fiasco. E não achávamos nada, como é difícil achar melancias, ou melhor plantio de melancias na internet, mas procura vai e procura vem descobri uma foto de uma plantação com a folhagem igualzinha a nossa e não eram melancias: eram abóboras. De pescoço. Aquelas de fazer doce. Uau. Oba, vamos ter abóboras! Todo mundo consciente, esquecemos e abandonamos a horta, queríamos o doce de abóbora, a folhagem se espalhou tanto que quase tivemos a invasão das abóboras assassinas, ninguém mais conseguia entrar no quintal. A folhagem subiu pelas paredes, pelo muro e caiu na rua, vieram as flores amarelas, os brotos e as pequenas abóboras que não vingavam, ou porque caíam ou porque os vizinhos roubavam em cima do muro, inclua nisso uma velhinha de 75 anos que lutou arduamente para arrancar a primeira abóbora, que ela pensou que fosse abobrinha de refogar e jogou fora.

Passaram-se meses. "Quer saber vamos cortar esse negócio que não vai dar nada", foi quando meu marido a viu na parte mais alta do muro. Ele me chamou fazendo "chiiiiiuuu" com o dedo na boca, como se fosse para que ela não se espantasse e saísse voando, para que eu não fizesse nenhum som e ela estava lá, numa altura de uns 3 metros, pendurada, enorme, nossa primeira abóbora. Descobrimos mais uma e mais uma, meu Deus eram três. Começou nova odisséia, o medo delas caírem (eram duas penduradas no muro), estratégia, sobe na escada, coloca a abóbora dentro de uma sacola de ráfia, amarra na trepadeira e na grade do muro, para a outra redinha de barbante em macramê, um luxo, amarrada no muro para que não cair com o peso. Agora era só torcer e esperar, pela abóbora.

Mais 3 meses e pegamos o bebê abóbora no colo. Está lá na fruteira, esperando amarelar para virar doce. Não é um show de abóbora?

Tudo isso me fez pensar no terreno, em nós e em Deus. Somos iguaizinhos ao meu quintal, as vezes pensamos que dali não vai sair nada, ficamos tentando um tipo de fruto que nosso solo não dá. Até que vem a mão certa. A mão de Deus. E joga a semente certa, que no tempo correto vai dar seu fruto, um fruto perfeito, ainda que as aves do céu tentem roubar, ainda que os vizinhos arranquem do pé antes do tempo, ainda que ninguém saiba que planta é ou como tratá-la, o nosso Agricultor celeste sabe. E manda que tudo venha e aconteça no tempo certo. No tempo certo descobrimos que o fruto está lá, talvez um pouco mais no alto do que esperávamos, mas está lá. Plantado e tratado pelo Senhor. Adubado pelo Espírito Santo.

Se tivermos paciência e esperarmos no Senhor e na sua providência, sem esmorecermos, também colheremos. Mesmo que estejamos esperando melancias, salsinhas, almerões, colheremos. Colheremos o fruto certo para aquele tipo de solo e surpresos descobriremos, não era nada daquilo que Ele queria que déssemos, não eram cebolinhas, nem alfaces, nem flores, o que Ele esperava de nós eram abóboras.

Que as abóboras que Deus espera e planta na sua vida, floresçam e frutifiquem.

Fique com Deus.

quinta-feira, abril 21, 2005

E o que fazer quando tudo o que se quer é chegar perto das pessoas mas elas não querem, não permitem?
O que fazer quando todos se assustam porque você realmente apresenta suas "necessidades aos santos" e eles fogem como se você tivesse uma lepra por ter um coração exposto?
O que fazer quando não se quer colocar máscaras que todos exigem que se use?
O que fazer quando se sabe que o Senhor derramou perdão sobre a sua vida mas os homens só enxergam o pecado? Você tem razão, encenamos uma farsa e gostamos mais disso. Preferimos a mentira, a ilusão mais do que a verdade, porque a verdade dói, a verdade incomoda, a verdade te obriga à transformação, te obriga à renúncia, à renúncia de si mesmo. Mas estamos tão preocupados com nossos problemas, com nosso mundinho, com nós mesmos, por que nos interessaríamos pelos outros? Teríamos que deixar de olhar para o nosso umbigo, teríamos que olhar para os lados, para cima, até para trás e abandonarmos o espelho, imagine um mundo inteiro, pessoas e pessoas caminhando com espelhos à sua frente, só conseguem olhar para si mesmas.Olhar a fome incomoda, olhar a miséria incomoda, olhar a tristeza, o abandono, tudo isso incomoda. Pense bem, não é mais fácil olhar para si mesmo e descobrir uma tragédia particular? E se envolver apenas com isso e não fazer mais nada?O que era mais lindo em Cristo? Que Ele deu a sua vida! Ele se deu, por inteiro, por mim e por você, prá que não vivessemos a miséria de nossas vidas! Ele se deu em corpo, alma, integralmente prá me livrar de uma dor que não interessa a mais ninguém, mas Ele se importou. Quando viu as trevas profundas onde estávamos mergulhados e a que estávamos condenados Ele se interessou, não teve medo ainda que soubesse que não O desejaríamos. Estava sempre disposto a ouvir a todos aqueles que nos negamos a ouvir, pacientemente, sabia estender a sua mão a qualquer um que necessitasse mesmo sabendo que depois essa mão o negaria. Ele se dava sem medo, sem interesse, porque seu amor era verdadeiro.É impossível amar e não se interessar, é impossível amar e não se entregar, é impossível amar e ter reservas, como eu posso dizer que te amo se não te ouço, se não te espero, se não quero saber das suas dores, dos seus sonhos, dos seus anseios? Quem ama não resiste. Não cria barreiras, pelo contrário, se expõe.Como Ele se expôs por mim e por você.Como foi que você disse ontem? O amor de Deus é uma coisa de louco, "é insondável, incomparável, o amor de Deus traz esperança, vida e paz, infinito, eterno, mui digno de louvor, tão puro e belo perfeito é esse amor.
bj
lavi

quarta-feira, abril 20, 2005

Hoje quis ficar em casa, todo mundo foi para o culto de evangelismo lá no Morumbi, mas o meu sentimento de inutilidade foi tão grande que não consegui sair. Que sentido tem uma pessoa que não tem nada para dar ir ministrar para pessoas que precisam e desejam receber?
Nenhum.
Tenho a sensação de que estou descendo, descendo, descendo, sei que ainda falta muito para me humilhar, falta muito para reconhecer, o homem é pó mesmo! Do que vai se orgulhar? Das suas vãs filosofias? Vai ver que é isso, os homens se orgulham do que pensam que são, pobres coitados de nós mortais, reduzidos ao pó da cinza que se julga ser grande coisa.
Não sou nada. Cada dia que passa vejo mais isso, não sou nada. Não sei o que Deus quer de mim de verdade, as vezes perco a razão se seu propósito comigo existe.
Ando tão deprimida. Uma vez o Daniel escreveu dizendo que existe uma revolução diferente, uma revolução que paralisa, que não leva a lugar nenhum, que coisa mais linda, mais verdadeira e mais triste. É exatamente isso que eu sinto, como se não houvesse mais alternativa Senhor, como se não tivesse mais saída, como se não houvesse mais mudança, como se não houvesse mais amanhã. O que vai ser de mim me diga. O que vai ser do meu futuro, o Senhor tem mesmo uma obra comigo? Eu tenho realmente serventia? Onde estão todas aquelas promessas que o Senhor levantou profetas em quatro cantos, uns sem conhecerem aos outros prá me dizer, onde estão as pregações, o ministério, a salvação de vidas, a liberdade de Espírito? Tudo adormeceu? Tudo se perdeu?
Estou triste. Deus é fiel, injusta sou eu! Ele já me deu tantas provas do seu amor, da sua bondade, da sua benignidade, do seu poder.
Pode ser humano inútil que sou, limitado, confuso, perdido. Só me resta confiar em ti.
Senhor tem misericórdia de mim que sou pecador.
Te amo.

terça-feira, abril 19, 2005

Fiquei uns dias sem escrever, pudera minha vida está passando por um reboliço enorme, um reboliço de Deus. Fico sempre pensando: Deus tem seus meios, de nos chacoalhar, de nos fazer estremecer, de nos acordar. E na verdade é exatamente isso que Ele está fazendo, me obrigando a despertar, despertar cada vez mais, diante de tudo o que temos passado ministerialmente, a necessidade de buscar Sua face, a necessidade de saber a verdade, de manter-me firme aos Seus princípios, a tudo aquilo que está na sua Palavra.
Cada dia que passa vejo que somos crentes ou não somos, estamos na presença de Deus ou não, estamos ligados ao céu ou ligados ao mundo, firmados na Verdade ou não. Não há meio termo. Não há dupla escolha, não pode haver duplo ânimo ou coração dobre como dizia o salmista, ou estamos no caminho ou não.
O Senhor está nos empurrando contra a parede, essa é a verdade, é como se não houvesse mais tempo para vacilar, como se qualquer outra alternativa pudesse significar o fim. Deus não tem meio termo, não tem encruzilhadas, seu caminho é plano, direto, objetivo, real. Não tem dupla interpretação. Cristo deixou isso bem claro: não se vem ao Pai a não ser por mim. Acabou.
Não tem essa história de rosinhas, sabonetinhos, símbolos para personificar a fé, minha fé está personificada na pessoa de Jesus Cristo, então bem aventurados aqueles que creram e não viram.
Sabemos que Ele está no barco ainda que não o vejamos, ontem pude ver isso quando o Daniel nos enviou a mensagem diária, aquilo era Deus puro sondando meu coração, nossos corações. Gente como isso é bom, como isso é precioso, como não há nada que pague tamanho privilégio.
Servir ao Senhor é algo grandioso, é algo que preenche nosso coração, nos dá vida, é algo que nos sustenta e não nos deixa vacilar, ainda que o inimigo nos tente, o Senhor sendo conhecedor de nossas fraquezas correr ao nosso encontro e nos fortalece através do Seu Espírito Santo, o que pode valer mais do que isso. Alguém me diga, saber que o Senhor levanta quem interceda por mim, quem me responda ainda que não me conheça, alguém que tenha comunhão plena comigo sem me ver?
Alguém me diga, por acaso existe um Deus como o nosso Deus? Não.
Ele é o Senhor da nossa vida, guia da nossa alma, direção para nossos pés, ele é o nosso caminho.
Amo o Senhor.